A descer o Laos rumo a Bangecoque,
10 de Maio de 2009
O corpo cedeu e não acordei à hora que devia. Caí na tentação de adiar o despertador de 10 em 10 minutos e depois destruí todas as esperanças do telemóvel ao carregar uma última vez na tecla dos sonhos. Um erro fatal quando se está de férias e sem rumo.
Depois do pequeno almoço despeço-me dos amigos feitos nos últimos dias. E solto a correr até à central das camionetas.
Nada! Já tinha tudo partido.
Não havia muito a fazer. Ou ficava mais um dia no Laos e punha o meu regresso a Macau em risco... ou então tentaria arranjar uma solução a todo o custo.
Lá voltou a esperança após uma conversa com quem ali passava. Está decidido e não se pensa mais nisso: vou descer o Laos de Tuk-Tuk.
Percorro o Laos com o vento a bater-me na cara, sentindo o cheiro da paisagem que me rodeia. A viagem ganha contornos de aventura; não é todos os dias que se fazem centenas de quilómetros por estradas perigosas e curvas sem fim nas traseiras de uma mota com tejadilho atrás.
A meio da viagem espanto-me com as pessoas que vamos colhendo pelo caminho. Mas quem são estes passageiros que sobem para o Tuk-Tuk e seguem comigo? Gentes do Laos de quem não arranco mais do que um pequeno sorriso ao chegar. A meio da jornada sou abandonado pelo meu primeiro motorista e entregue ao segundo. Como sempre, nada a fazer ou contestar. Entrego-me com confiança à segunda parte da aventura.
As esperanças de visitar a capital do Laos são deixadas para trás. Vientiane passou a fazer parte da imaginação, só houve tempo para comprar o bilhete até Bangecoque.
Finalmente encosto ao banco e durmo um pouco. Longas horas depois chego à pensão por onde já passei antes. Volto ao ponto de partida e aos cheiros desta grande cidade.
Um banho de mangueira, umas fatias de pizza na rua e cama. Amanhã tiro o dia para umas últimas compras e para o adeus à Tailândia.
Rodrigo Ferrão
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