"O mundo
tornou-se
uma cerejeira
em flor"*
Ryôkan
*Poema Haiku: é uma forma poética
de origem japonesa.
Haiku, palavra viva situada no interior
da própria vida.
(...) um poema deve revelar num
mesmo movimento o imutável, o infinito, a eternidade que nos escapa e o efémero
da matéria de que tudo é feito. É, assim, um momento sublime da existência que
se revela num haiku. Este é um momento único, tão brilhante e rápido como um
relâmpago.
Nasce no interior do silêncio e é para o
silêncio que tende.
O haiku tem uma duração vital, ele deve
ser pronunciado no tempo de uma respiração. A vida e o mundo respiram, o poeta
respira em consonância. E este sopro que sobressalta a consciência é o próprio
poema. Por isso não é, não pode ser discursivo. É um instante que não tem
prolongamento. Uma forma à velocidade da luz.
No entanto, ainda que extraordinariamente
visual, é uma forma de dizer o silêncio de fundo que atravessa as coisas e os
seres do mundo. Retirada do silêncio primordial pela palavra que o nomeia, a
realidade estremece, e é este movimento infinito que o poeta pretende alcançar
e nele se instalar. Os conteúdos serão os da tradição da alma japonesa.
Em As cigarras vão morrer,
Haiku: uma antologia
Casa do Sul
Haiku: uma antologia
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