Muitos procuravam pelo Grande Mestre, mas suas mentes não estavam preparadas para receber todo conhecimento. Eles deveriam persistir e persistir, mas isto demoraria muito e os homens não tinham tempo para dispor.
Um dia, do outro lado do continente, um homem que dedicava sua vida à busca de revelar a verdade, soube da existência do Grande Mestre Zen e resolveu procurá-lo para debater com ele os mistérios da existência humana.
O homem viajou durante dias e noites. Durante a viagem, pensava e anotava em seu caderno questões a debater; dentro de sua mente, o homem crescia em convicções e se sentia pronto para confrontar o Grande Mestre qual fosse o assunto que tratassem.
Chegando na Cidade, faltava subir a imensa montanha para chegar ao Mosteiro. Durante toda caminhada, o homem não podia anotar coisas em seu caderno, mas falava consigo em alta voz, repetindo suas máximas verdades.
Ao chegar ao Mosteiro, o próprio Grande Mestre o recebeu na porta.
- Mas que lugar é esse onde o Grande Mestre serve para atender à porta? – Perguntou o homem, indignado com a cena.
- Deve estar cansado por causa da viagem. Entre para uma xícara de chá. – Respondeu o Grande Mestre.
O homem desatou a falar tudo que sabia, mas Grande Mestre insistiu que primeiro tomariam o chá. O homem estava tão ansioso que, enquanto o Mestre colocava em suas mãos a xícara, ele falava, falava, falava.
O Grande Mestre começou a servir o chá continuamente. O homem falando e falando, afirmando todas as suas certezas. O líquido começou a cair sobre o próprio homem, também o tapete e o assoalho já estavam molhados.
- Basta! – Disse o homem. – Não vê que está me molhando com seu chá? Que tipo de Mestre estúpido não consegue servir um chá!
Foi então que o Grande Mestre interrompeu o despejamento de chá e respondeu calmamente ao homem que lhe falava:
- Assim como essa xícara, sua mente está cheia de certezas e nada que eu possa lhe transmitir será capaz de fazer diferença para sua vida. Agora vá embora, faça sua jornada de volta e esvazie sua xícara. Quando sua mente estiver vazia, retorne e nós conversaremos.
Penélope Martins
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