estavas vestida de ternura,
seguias firme rua abaixo
e a noite iluminava a sombra do teu corpo.
carregávamos por entre as mãos o colar que te ofereci
e assobiávamos juntos a música do Clapton:
And then she'll ask me, "do you feel all right?"
And I'll say yes, I feel wonderful tonight
e eu pedia de mim para mim que o mundo acabasse ali para que eu morresse com a sensação de estar no pico mais alto do mundo a hastear a bandeira da felicidade.
e depois seguíamos os dois
na barca que atravessa o rio de ouro
rumo ao mar da eternidade.
chegados à foz,
éramos brindados pela luz
e pelas aves a cortar o céu nos seus voos picados.
bastaria então o teu sorriso
para serenar de vez o meu espírito.
de repente.
e
tão
só
de
repente...
vejo-me sugado por um túnel de vento.
ouço nova música de fundo,
desta vez a voz do Palma.
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
é assim que estremeço e acordo.
abro o olho,
espreito o relógio da cabeceira
e vejo que são
cinco
e
doze
da
Magnífico!
ResponderEliminarO género de poesia que adoro porque me identifico com esta escrita, com esta estrutura e com esta sonoridade. Parabéns ao Rodrigo Ferrão
Muito obrigado Conceição, é bom ler as suas palavras.
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