sábado, 29 de março de 2014

Meio milhão depois...


Ainda estava a pensar no que fazer seriamente com a vida e já existia o Clube de Leitores. Nascia da necessidade pessoal de marcar um ponto. Tudo isto depois de ter dado uma série de turras. Umas merecidas, outras nada. A vida tem destas coisas. Quando achamos que começa a ficar direita, aparece algo que a entorta. Com o tempo fui aprendendo a serenar o espírito. O tempo é talvez o melhor ansiolítico. Não cura tudo, não resolve muita coisa... mas pelo menos tem o dom de nos pôr mais serenos (ou nos casos opostos, ser a nossa cruz).

Havia sobretudo a revolta por não ver uma luz ao fundo do túnel. E um cansaço precoce resultante de andar a saltar de emprego precário em emprego precário. Os livros alimentavam o meu amor pelo mundo, mas não punham a mesa lá de casa. Nunca puseram, na verdade. Por vezes tenho pena que assim seja. Mas não me parece que o meu país se vá preocupar muito (ou se ocupar de mim).

Por isso parti. E parti bem. Sem olhar para trás. E nunca deixei este espaço! Isso podia ter acontecido. Quantas e quantas vezes pensamos em queimar cartas antigas, deitar fora fotografias ou enterrar o passado? O Clube de Leitores podia ter desaparecido só porque sim. Só para esquecer e passar ao seguinte. Talvez, quem sabe, aproveitar o tempo noutras coisas... Focar no próximo passo, desligar...

As pessoas que fizeram e fazem este blog nunca deixaram cair este projecto. Muito pelo contrário... Ter hoje 500.000 visitas é a prova viva que o que aqui é dito, escrito e escolhido é bom. Um sinal bem claro da alma que as pessoas emprestam, da entrega, do amor incondicional e da coragem. Quantos e quantos não estão aí escondidos? Nós não temos medo de dar voz. Quantos e quantos não desistem logo à primeira contrariedade? Desistir nunca.

Estamos aqui para ficar, estamos aqui para ser mais. Não somos donos de dogmas e de certezas. Apenas aventureiros... Só isso.

Fiquem connosco. Celebrem connosco. Leiam connosco.

Muito obrigado, profundo e sentido. Vamos continuar a crescer juntos.

Rodrigo Ferrão

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