quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Poemas cantados 4: O sopro do coração



O Sopro do Coração
Sérgio Godinho para Clã *

Sim, o amor é vão
É certo e sabido
Mas então (Porque não)
Porque sopra ao ouvido
O sopro do coração
Se o amor é vão
Mera dor mero gozo
Sorvedouro caprichoso
No sopro do coração
No sopro do coração

Mas nisto o vento sopra doido
E o que foi do
Corpo no turbilhão

Sopra doido
E o que foi do
Corpo alado
Nas asas do turbilhão
Nisto já nem de ar precisas
Só meras brisas
Raras

Corto em dois limão
Chego o ouvido
Ao frescor
Ao barulho
À acidez do mergulho
No sangue do coração
Pulsar em vão
É bem dele É bem isso
E apesar disso eriça a pele
O sopro do coração
O sopro do coração

Mas nisto o vento sopra doido
E o que foi do
Corpo no turbilhão

Sopra doido
E o que foi do
Corpo alado
Nas asas do turbilhão
Nisto já nem de ar precisas
Só meras brisas
Raras

----- & ------

 
* "a música e a poesia são duas formas diferentes, que podem coincidir ou não. Além do mais, como é que se define exactamente o que é poesia?", questiona-se o cantautor Sérgio Godinho, na entrevista que pode ler aqui. Este poema/canção específico nasceu de uma parceria com a banda Clã para o álbum "Lustro", de 2000.



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