Logo de manhã ao abrir a janela da alma sinto a agonia cobrir-me toda num lençol de bruma... É como o nevoeiro na praia de Esposende... Desce de manso estende-se no ar e tudo prende... Cobre-me toda os olhos, os ouvidos, o rosto, os braços, os seios, os cabelos... Cobre-me toda e se estou despida sinto-o na pele viscoso e aquecido como sopro de duende.
Um bom ano de 2014.
ResponderEliminarBruma
Logo de manhã
ao abrir a janela da alma
sinto a agonia
cobrir-me toda num lençol de bruma...
É como o nevoeiro
na praia de Esposende...
Desce de manso
estende-se no ar
e tudo prende...
Cobre-me toda
os olhos, os ouvidos,
o rosto, os braços, os seios,
os cabelos...
Cobre-me toda e se estou despida
sinto-o na pele viscoso
e aquecido
como sopro de duende.
Maria Helena Amaro
Julho, 1992
http://mariahelenaamaro.blogspot.pt/2014/01/bruma.html