quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

ALA ... que é poesia IX

"Morre-se devagar neste país" começa o poema de hoje de António Lobo Antunes - e faz tanto sentido nos dias que correm. 

A recolha poética de ALA continua - e este vem dedicado a Florbela Espanca e cantado pelo Vitorino, também no disco "Eu Que Me Comovo Por Tudo e Por Nada", uma pérola de 1992.

Ana Almeida


Rua do Quelhas 
(a Florbela Espanca)

Morre-se devagar neste país
Onde é depressa a mágoa e a saudade
Oh meu amor de longe quem me diz
Como é a tua sombra na cidade
Morre-se devagar em frente ao Tejo
Repetindo o teu nome lentamente
Cintura com cintura, beijo a beijo
E gritá-lo, abraçado, a toda a gente
Morre-se devagar e de morrer
Fica a cinza de um corpo no olhar
Oh meu amor a noite se vier
É seara de nós ao pé do mar


António Lobo Antunes

PARA VER O VÍDEO SIGA O LINK
http://www.youtube.com/watch?v=8MgkGzb87Z0


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