As letras vivem
sentadas, acomodadas
enquanto na rua
procissões de cães vadios
com marés baixas em
dois olhos desfilam
e papagaios emigrantes
retornam à gaiola.
Trovoa na gente que
tenho dentro
a parte de mim que
sonha muda de língua;
a língua com que se
fala nas cavernas do céu.
Há tambores mudos no
azul, que não rufam
porque não se quer.
Sento-me e as letras
levantam-se
num encontro perfeito.
*Marcos Foz
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