domingo, 1 de dezembro de 2013

in A Boda do Poeta


Alia Emar olhou em toda a roda da ilha. Conhecia as casas uma a uma, muitos enfeites dos salões, os meses riscados nos calendários, as camas de ferro branco do hospital, as rachas na sala da escola, as sardas dos irmãos mais pequenos das suas amigas, os ninhos dos corvos marinhos, a balança alemã onde neste momento deviam estar a pesar o pão para o distribuir de triciclo de porta em porta, sabia todo o repertório de canções que assobiavam os garotos na praça, as próprias metáforas com que a fustigavam anonimamente os admiradores das suas coxas e tornozelos, os pumas em sobressalto que se ofereciam para lhe lamber os lóbulos e até os calcanhares com saliva buliçosa e espermática. Seria este molho de mesquinhices a pátria?


2 comentários:

  1. Olá!
    Peço desculpa mas eu não entendi muito bem o que está encima escrito.
    Beijos e Boas Leituras :-D

    leiturasfabulosas.blogspot.pt

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  2. Olá Joana, não entendeu em que sentido?

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