sábado, 16 de novembro de 2013

Joaquim Fernandes e «O livro do Universo - a revelação do Cosmos e a procura do Outro»


O problema essencial nas várias leituras e imagens desse “livro” das origens, no fundo, deste “Livro do Universo” tem a ver com o lugar da Humanidade, da sua razão de existir, do seu destino e finalidade na vastidão do Cosmos. Desde cedo esta interrogação emergiu no seio do pensamento filosófico universal antes de se transformar em tópico de investigação científica: a da identidade da espécie humana perante outras possibilidades e modalidades biológicas possíveis no universo. Primeiro, foram as elucubrações da Teologia, da Filosofia e da Literatura, que visaram responder ao desafio colocado pela consciência coperniciana; depois, à medida da consolidação do território da Ciência, autónomo da Filosofia, a busca do “Outro” adquiriu instrumentos cada vez mais sofisticados... e fascinantes.


O alvo deste livro é naturalmente bem mais modesto do que o inventário exaustivo dessa pergunta e propostas de resposta, residente no inconsciente humano desde que a razão habitou entre nós e se escreve a História. O trajeto que propomos nesta obra inicia-se na longínqua Grécia pré-socrática e desemboca nos contributos cosmopolitas que apostam na matematização do espaço e do tempo, antecedendo a construção do edifício mental racionalista das “Luzes”. De permeio, resta a longa travessia do tempo, imóvel e fechado, do medievo, até aos sobressaltos de uma Renascença que redescobre a excelência do Homem e o (re)liga ao todo cósmico.

Uma vez, num futuro indeterminado, mas certo, a natureza humana (ou as suas sucedâneas, seja que forma, estrutura e essência possam assumir...) virá a ser confrontada, pela primeira vez na sua história, com outras existências, realidades e dimensões exógenas, não-humanas, que muito provavelmente tornam anacrónico qualquer tipo de prognóstico ou antecipação das suas características. Poderemos dizer que assim deverá ser, não se sabendo quando.

Somos uma espécie de náufragos a bordo de uma jangada, mais ou menos esférica, que roda em torno da nossa estrela, mãe que nos alimenta. Até um dia…O estabelecimento de um “contacto”, por qualquer forma, por ora inimaginável, com o Outro, algures no cosmos sem limites, constituirá um momento único no processo civilizacional desta Humanidade e do seu processo de evolução. Talvez esse singular e extraordinário enlace venha a ser concretizado fora do nosso mundo, possa ser ele preservado ou não de alguma catástrofe natural ou outra, ou se e quando a cultura planetária se haja implantado, mais além das suas fronteiras originais, do seu berço, agora em oceanos outros, por outros Adamastores atormentados. Como qualquer criança, é legítimo pensar que um dia, a humana espécie acabe por abandonar o berço...

*o autor Joaquim Fernandes, acerca do seu trabalho - O livro do Universo, a revelação do Cosmos e a procura do Outro - edição QuidNovi.

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