segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Descobrir Sandra Martins no Negrume. Brevemente numa livraria perto de si.


Na próxima quarta-feira, dia 25 deste mês de Setembro, pelas 21h30 na Casa de Ló, na Travessa de Cedofeita, no Porto, venham conhecer de perto Negrume. Comer uma fatia de pão de ló e beber uns copos. É pois a apresentação de uma nova autora no mundo literário. Publicado pela Corpos Editora vem assim ao mundo este trabalho de estreia de Sandra Martins.

Link para o evento no Facebook aqui

Sandra Filipa Silva Martins nasceu a 26 de Abril de 1989 no Porto, onde habita e habitou desde a infância. Licenciou-se em filosofia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e, atualmente, frequenta o Mestrado em Ensino de Filosofia no Ensino Secundário. Negrume é a sua primeira obra de poesia que compreende três heterónimos _ Medusa, Ophelia e Teresa _ distintos ao nível da forma, musicalidade e intensidade. Experimenta, assim, diferentes dimensões da palavra _ afinal, o mundo é cinzento e não preto e branco. O seu sonho é ser professora de filosofia e poetisa em simultâneo sem nunca desapontar os estudantes e o leitor. Pretende permanecer em Portugal e lutar por um país justo onde a gente toda possa ser feliz.

Negrume está entre a harmonia e a violência. As palavras são de angústia e parecem pesar mais do que as próprias coisas na medida em que se intui um qualquer plano de transcendência, o tocar no nada, o dizer o indizível…Os símbolos são vivos e exprimem uma unidade irredutível apesar da presença de três personagens _ Medusa, Ophelia e Teresa _ altamente distintas.
Há diferentes dimensões da palavra através deste jogo trágico de ‘fazer de conta’, mas a  palavra é só uma: a mesma estória, os mesmos lugares, a mesma gente…Negrume é negrume e, ao mesmo tempo, inteiro. Simplesmente, é. Por isso, cabe ao leitor desvelar a verdade a partir de si mesmo, da sua alma partida em pedaços num mundo ainda sem conceitos, que é o mundo da arte, da poesia.

MEDUSA


Teu perfil
Porque sou eternamente espuma no mar
Caída no terror de poentes desconhecidos
Anseio a rigidez do teu perfil: túmulo de astros
De uma liberdade que não deixa passar o vento

OPHELIA

Somente só
Anuncio a morte
Das flores
Pendente
Na distância das aves
Que consomem
Todas as cores do silêncio
Secretamente

TERESA

Cleópatra e Marco António
Numa balança de claridade,
Abrem noites com sóis e desejo,
Que pesam braços de liberdade
No coração curto de receio.
Um ápice, inerte e eterno,
Prende-se aos olhos de anseio
Do amante fora do inferno,
Que se fez cadáver num seio
De solidão. Anéis de saturno
Rolam sobre corpos de compaixão,
Que não procuraram outro rumo
E ficaram presos na distância
Dum sonho suave… Divididos
Entre o sangue e a poesia.



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