havia uma curva, gotas prateadas cintilantes. cismas verdes penetravam o
silêncio; havia uma curva e dentes que roçavam o lóbulo esquerdo.
suaves fisgadas franziam a pele, poros abertos exalando fino fio <
desespero >. experimentava a curva, sentia a mistura. aproximavam-se
lóbulo e escápula em flagrantes deslumbres da memória. nunca mais
haveria outra, nem tão curva. o ódio acompanhava a possibilidade da
perda. atraentes rumores na escadaria, eles se deram. tilintantes se
esfregavam, dois bichos. havia uma curva, um chão frio, ângulos retos
que gemiam abafados pela sedução morna. havia uma outra curva dentro da
curva, tenra e doce. a parede branca marcava o rastro da língua. a
língua marcava o rastro da curva.
Penélope Martins
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