sábado, 6 de julho de 2013

Os leitores escolheram «Ar de Dylan» - Enrique Vila-Matas em Julho

Foi uma votação interessante, mas Ar de Dylan venceu a corrida e foi escolhido para figurar no blog, como leitura conjunta do mês de Julho. Para trás ficaram grandes livros, com nomes como Ondjaki, Llosa, Melville e Peter Carey.


Editado pela Teodolito, o livro apresenta-se assim:

Um prolífico escritor vai a um extravagante congresso, para o qual recebeu convite, com alguma estranheza e uma certa inquietação. No mesmo encontro, participa, em lugar do pai recentemente falecido, Vilnius, um jovem criativo com um certo ar de Dylan, que tem como objectivo último da sua vida alcançar o mais total e absoluto fracasso, tema que preside ao invulgar congresso. Mas fracassar absolutamente não é nada fácil. Que fazer? Nada? Ou pedir ajuda? O escritor, por sua vez, deseja pôr um ponto final na sua já vasta obra e atingir o mutismo radical e definitivo. Fascinado por Vilnius, segue-lhe o percurso e observa-lhe os estratagemas para chegar ao fracasso. É possível que, com a sua improvável união, rodeados e isolados por uma teia de personagens, consigam ter sucesso nas suas buscas. Talvez o sucesso não seja o que em geral se pensa. Assim, fracasso e sucesso deixariam de ser antónimos, para se transformarem numa mesma coisa.

Excerto

Vílnius evocou a recordação dum graffiti que parecia acabado de escrever por Guy Debord com a própria mão: Ne travaillez jamais (não trabalhem nunca). E Débora disse que, numa época de crise como aquela em que viviam, talvez o mais alto a que eles pudessem aspirar fosse encarnar o espírito da crise. Agiriam sempre de tal forma que, sempre que tivessem uma ideia, resistiriam a levá-la à prática. Não haveria ninguém no mundo tão consciente da desilusão que se segue a toda a obra humana, e isso faria que evitassem qualquer acção evitando assim o fracaso. Posto que havia crise, ser a própria crise podia salvá-los dela. Depois me dirás, disse Vílnius, como é que se faz para nos convertermos na crise.

Críticas de imprensa

«Ar de Dylan é um livro brilhante, talvez mesmo o melhor dos romances do seu autor.»

José Riço Direitinho, Ler

«Amavelmente ácido e deliciosamente digressivo, o romance tanto acolhe referências concretas ao meio cultural de Barcelona como acumula pontos de fuga, um acontecimento lembra Joseph Roth, outro evoca Sterne, outro ainda parece um episódio de Cheever.»

Pedro Mexia, Expresso

Quem segue connosco nesta viagem?

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