Deixei Moçambique no dia 8 de Novembro de 1975, tinha 26 anos. Nesse
sábado, em Lisboa, o Governo mandou dinamitar os emissores da Rádio Renascença,
controlada pela estrema-esquerda. Do aeroporto da Portela fui directamente par
o Estoril, para casa do nosso amigo José António Brito (uma amizade que a
guerra selou), onde vivi dois meses até mudar para Cascais. No dia seguinte,
jantando em casa dos pais do Jorge, meus futuros sogros, segui pela televisão a
manif do Terreiro do Paço em que o
Almirante Pinheiro de Azevedo, primeiro-ministro do VI Governo Provisório,
interrompido no seu discurso pelo rebentamento de duas granadas, exclamou: “É
só fumaça! O povo é sereno!” O PREC estava no auge. Depois da invasão e saque
da Embaixada de Espanha, o céu era o limite.
* Memórias
1975-2001
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