Há bastante tempo que havia combinado com o meu amigo Doro que seria seu
hóspede. Tinha pelo Doro uma grande estima , e quando ele, para se casar, foi
viver para Génova, fiquei transtornado. Quando lhe escrevi, recusando assistir
ao casamento, recebi uma resposta seca e atrevida, na qual me explicava que, se
o dinheiro não servisse sequer para se estabelecer na cidade que agrada à
mulher, então não se compreende para que servia. Depois, um belo dia, de
passagem por Génova, apresentei-me em sua casa e fizémos as pazes. A sua mulher
acabou por me parecer muito simpática, uma rapariga travessa que me pediu
graciosamente para a tratar por Clelia e que nos deixou sós apenas o tempo que
era necessário; quando à noite, reapareceu para sair connosco, transformara-se
numa senhora encantadora, a quem, se eu fosse outro, teria beijado a mão.
* Tradução do
italiano por Ana Tomás
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