terça-feira, 11 de junho de 2013

1º Parágrafo: Fala-lhes de Batalhas de Reis e de Elefantes


A noite não comunica com o dia. Arde nele. Levam-na para a fogueira ao alvorecer. E, juntamente com ela, a sua gente, os beberrões, os poetas, os amantes. Nós somos um povo de degredados, de condenados à morte. A ti não te conheço. Conheço o teu amigo turco; é um dos nossos. A pouco e pouco desaparece do mundo, engolido pela sombra e pelas miragens; somos irmãos. Não sei que dor ou que prazer o empurrou para nós, para o pó de estrela, talvez o ópio, talvez o vinho, talvez o amor; talvez alguma obscura ferida na alma, bem escondida nos recessos da memória.


* Tradução de Pedro Tamen
* Revisão Clara Boléo
* Edição Cecília Andrade

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