A noite não comunica com o dia. Arde nele. Levam-na para a fogueira ao
alvorecer. E, juntamente com ela, a sua gente, os beberrões, os poetas, os
amantes. Nós somos um povo de degredados, de condenados à morte. A ti não te
conheço. Conheço o teu amigo turco; é um dos nossos. A pouco e pouco desaparece
do mundo, engolido pela sombra e pelas miragens; somos irmãos. Não sei que dor
ou que prazer o empurrou para nós, para o pó de estrela, talvez o ópio, talvez
o vinho, talvez o amor; talvez alguma obscura ferida na alma, bem escondida nos
recessos da memória.
* Tradução de
Pedro Tamen
* Revisão Clara
Boléo
* Edição Cecília
Andrade
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