quinta-feira, 23 de maio de 2013

É do borogodó: dizendo Lygia

Lygia Bojunga Nunes, escritora brasileira nascida no ano de 1932, em Pelotas, Rio Grande do Sul, carioca por opção e habitante Londrina por ocasião de seu casamento; Lygia começou sua vida artística nos palcos na companhia de Fernanda Montenegro. Depois a atriz saiu do palco para que a autora entrasse em cena. Lygia passou uma década a escrever roteiros para televisão e rádio, depois descobriu a literatura e chegou no ponto exato onde ela seria toda ela mesma.
Comparada com mestres da literatura para infância e juventude como Monteiro Lobato e Saint-Exupéry, Lygia Bojunga Nunes já foi agraciada com o Prêmio Jabuti, no Brasil, também Prêmio Hans Christian Andersen.
Inserindo fantasia a realidade, a autora não recusou escrever sobre temas delicados como o suicídio, em "7 Cartas e 2 Sonhos" (1983) e "O Meu Amigo Pintor" (1987); assassinato, em "Nós Três" (1987) e abandono dos filhos pela mãe, no conto "Tchau", no volume de mesmo nome (1984). No livro "Um Encontro com Lygia Bojunga Nunes" (1988) reuniu textos sobre sua relação com a literatura, apresentando, de forma dramatizada, o resultado de seu trabalho.
Hoje digo um seu poema. Vejam o vídeo.


"Eu sempre usei livro pra tudo:
pra saber ler, pra altear pé de mesa, pra aprender a usar a imaginação,
pra enfeitar sala quarto a casa toda,
pra ter companhia dia e noite,
pra aprender a escrever, pra sentar em cima,
pra rir, pra gostar de pensar,
pra ter apoio num papo, pra matar pernilongo,
pra travesseiro,
pra chorar de emoção, pra firmar prateleira,
pra jogar na cabeça do outro na hora da raiva,
pra me-abraçar-com, pra banquinho de pé;
eu sempre usei livro pra tanta coisa,
que a coisa que mais me espanta
é ver gente vivendo sem livro."

Penélope Martins

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