quinta-feira, 18 de abril de 2013

As Armas de Papel, a força da imprensa politica nos anos 60 e 70 em Portugal


Nos anos 60 e 70, “folhas mal impressas, escondidas, dobradas, metidas em envelopes, dentro de folhas de um livro, em pacotes disfarçados de outra coisa…” faziam passar a mensagem contra o regime ditatorial em Portugal. Algumas décadas depois, José Pacheco Pereira foi à procura delas, reuniu-as e conta agora a sua história em “As Armas de Papel – Publicações periódicas clandestinas e do exílio ligadas a movimentos radicais de esquerda cultural e política (1963-1974)”.

Para estudar um dos fenómenos mais marcantes do último período da ditadura, Pacheco Pereira inventariou e citou os periódicos, panfletos, brochuras, livros e manuscritos associados com a imprensa radical, bem como uma extensa bibliografia nacional e internacional, e analisou os processos da PIDE. O resultado final é um retrato exaustivo da imprensa clandestina oriunda da extrema-esquerda, mas também da que se “fez ouvir” contra a oposição tradicional ao regime ditatorial, liderada pelo PCP e pelos grupos republicano-socialistas, nos anos 60 e 70, até ao 25 de Abril de 1974.


Apostado em contribuir para a sua conservação deste espólio, o autor faz também o um inventário completo de todos os números, suplementos, edições e tiragens da imprensa clandestina. Uma história que é agora dada a conhecer ao público pela editora Círculo de Leitores mas que, segundo o autor, apenas “começa aqui”.

José Pacheco Pereira é licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto em 1978. Iniciou, desde cedo, a sua atividade política em movimentos de oposição ao regime do Estado Novo. Foi deputado à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu. Atualmente é professor no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE). Colabora regularmente na imprensa escrita e é comentador político na televisão. É autor de vários livros e artigos sobre história contemporânea e movimentos políticos e sociais.


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