Ainda criança, já adivinhara que aquele sorriso muito especial
representava para cada mulher uma estranha e pequena vitória. Sim, uma efémera
vingança das suas esperanças frustradas, da grosseria dos homens, da raridade
das coisas belas e verdadeiras neste mundo. Se eu soubesse expressar-me,
naquela altura, teria chamado a essa forma de sorrir “feminilidade”... Mas a
minha linguagem era então excessivamente concreta. Limitava-me a observar os
rostos femininos nos nossos álbuns de fotografias e a descobrir aquele reflexo
de beleza em alguns deles.
* Tradução de
Clarisse Tavares
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