segunda-feira, 15 de abril de 2013

1º Parágrafo: O Deus das Moscas


O garoto de cabelo cor-de-mel agachou-se, deixou-se escorregar ao longo do último troço do rochedo e encaminhou-se para a lagoa. Embora tivesse tirado o blusão, parte do seu uniforme escolar, e o arrastasse agora pela mão, a camisa cinzenta colava-se-lhe à pele e o cabelo encodeava-se-lhe na testa. À sua volta, a funda clareira rasgada na selva era um banho de calor. Rompia pesadamente por entre as liana e os troncos quebrados, quando um pássaro, uma visão de vermelho e amarelo, cintilou numa fuga para o alto como um grito de feitiço. A este grito o eco respondeu com outro.


* Tradução e Prefácio de Luís de Sousa Rebelo

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