sexta-feira, 19 de abril de 2013

1º Parágrafo: Mary Anne


Anos mais tarde, após o seu desaparecimento, quando já não fazia parte das nossas vidas, do que mais se lembravam, era do seu sorriso. O tom de pele e feições eram indistintos, esfumados na memória. Os olhos eram sem dúvida, azuis – mas também poderiam ter sido verdes ou cinzentos. E o cabelo, penteado à maneira grega ou apanhado em cachos no topo da cabeça, poderia ter sido castanho ou castanho-claro. O nariz, certamente, era tudo menos grego, pois era arrebitado; e o verdadeiro formato da boca nunca parecera importante – nem então nem hoje.


* Tradução de Maria Irene Laureano

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