Anos mais tarde, após o seu desaparecimento, quando já não fazia parte
das nossas vidas, do que mais se lembravam, era do seu sorriso. O tom de pele e
feições eram indistintos, esfumados na memória. Os olhos eram sem dúvida, azuis
– mas também poderiam ter sido verdes ou cinzentos. E o cabelo, penteado à
maneira grega ou apanhado em cachos no topo da cabeça, poderia ter sido
castanho ou castanho-claro. O nariz, certamente, era tudo menos grego, pois era
arrebitado; e o verdadeiro formato da boca nunca parecera importante – nem
então nem hoje.
* Tradução de
Maria Irene Laureano
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