"Conheci" Óscar Lopes por obrigação. Uma antiga professora de português no secundário exigia que os alunos comprassem a emblemática História da Literatura Portuguesa. Obra ímpar, carregada pelos séculos da nossa identidade literária.
A. J. Saraiva e Óscar Lopes assinam, arrisco, um dos mais importantes dicionários literários da lusofonia.
Hoje dizemos adeus a Óscar Lopes.
Destaca o Público:
«Militante do Partido Comunista Português desde 1944, Óscar Lopes entrou para a política “conspirando” com Vitorino Magalhães Godinho e o grupo dos socialistas liderado por António Macedo. Autor de uma vasta e importante obra no domínio da Linguística, em que se destaca a Gramática Simbólica do Português, o ensaísta chegou tarde à docência na Faculdade de Letras do Porto devido à sua filiação política, tendo mesmo chegado a ser preso duas vezes durante o Estado Novo.
Quanto a História da Literatura Portuguesa, escreve o Jornal de Letras:
"... sem dúvida a mais importante e completa que existe (...) publicada pela primeira vez, em 1955, e que já vai na 17ª edição, sempre com a chancela da Porto Editora.
Para todos os interessados, fica a sinopse desta colectânea obrigatória:
O objecto básico do nosso estudo é constituído pelas obras literariamente mais qualificadas de língua e autoria originariamente portuguesas, segundo uma perspectiva de desenvolvimento geral das estruturas formais e da matéria humana socialmente comunicável que lhes corresponde. Para designar as fases de estruturação e desagregação de uma escola ou estilo epocal, que evidentemente só poderá ter-se consumado de um modo permanentemente válido em obras individualizadas, usaremos por vezes, e como é costume, um nome evocativo do seu contexto histórico geral: Fim da Idade Média, Época Contemporânea, por exemplo. No entanto, o critério de periodização é intrinsecamente literário, pelo que tentaremos, quanto possível, distinguir as afinidades características de cada geração ou conjunto de autores que tal critério permita, de algum modo, isolar. A atenção predominante que entendemos dar às obras ou autores capitais atenuou muito neste livro a preocupação (tradicional nos manuais de história da nossa literatura) de indicar os limites cronológicos de cada época ou escola, o que sublinhava os momentos de incipiência e de decadência de cada estilo, em vez de sobretudo o ver em sua maturidade.
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