domingo, 10 de fevereiro de 2013

Descobrir Roma com Stéphane Audeguy


O premiado autor francês, chega a Portugal pela Teodolito, chancela das Edições Afrontamento, com Rom@, Stéphane  Audeguy  nascido  em  1964,  em Tours. É formado em letras modernas, com especialização em inglês. Foi assistente na Universidade de Charlottesville, nos Estados Unidos. Depois de ter ensinado durante anos história do cinema e das artes, deixou o magistério para se dedicar exclusivamente à literatura. O seu primeiro romance, "A teoria das nuvens",  está  já  publicado  em  português (Editorial Teorema, 2006),  bem  como  "Filho Único" (Editorial Teorema, 2008). Este último ganhou forte cobertura dos media franceses à época de seu lançamento, tendo recebido também acolhimento no mundo literário. A obra foi indicada ao Goncourt, além de ter sido agraciada com o Prêmio Deux Magots 2007.

“Roma:  quatro  letras  extraídas  da  lotaria  da  História.  E todos  esses  grandes  sábios  que  se  debruçaram sobre  mim, uns  declarando-me  fêmea,  loba  ou  prostituta,  outros dizendo  que  devia  o  meu  nome  ao  macho  fundador  que delimitou o meu terreno. Eu não dizia nada, naturalmente, mas  nem  por  isso  deixava  de  ter  as  minhas  próprias  ideias sobre  o  assunto.  No  pequeno  jogo  fastidioso  da  busca  da verdade,  desejava-lhes,  evidentemente,  o  maior  prazer,  e não interferia. Afinal, eu vivera, meu amor, como tu, como  todos nós – uma vida, toda uma vida e nada mais”.

Por  que  não  tomaria  a  cidade  de  Roma  a  palavra  num  romance?  Afinal  os  animais  fazem-no  nas  fábulas.  E  pode  esperar-se que uma cidade tenha tanto para nos dizer como  a maior parte dos homens. De resto, cansamo-nos de tudo, inclusive de sermos eternos.  Acontece  que  Roma  tenha  momentos  de  ausência.  E  então  passam-se  coisas  estranhas:  Audrey  Hepburn  retoma  férias romanas,  Mussolini  o  serviço  e  as  feras  saltam  de  novo  na  arena do Coliseu. Quando o tempo sai dos gonzos, não resta  aos  homens  como  às  cidades  senão  tentarem  sair  dele: chama-se a isso amor.

Sem comentários:

Enviar um comentário