terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

As histórias loucas... dentro da leitura conjunta deste mês. É obrigatório ler Hrabal. É óptimo ler «A terra onde o tempo parou».

Está quase a chegar o fim deste mês e a leitura que acompanhamos em Fevereiro. Até à conclusão do livro, deixo esta história hilariante. Contada, claro está, pela grande personagem: o mítico Tio Pepi.

foto tirada daqui.

(...) chamado Jarunka, aquele que é ajudante do chefe da estação (...) sabes o que é que lhe aconteceu? Como adormeceu em serviço, a telegrafista tirou-lhe o pénis para fora das calças e o chefe da estação pintou-o com a tinta de carimbo e o Jarunka, ao chegar de manhã a casa, sem tirar o uniforme, quis dar à senhora Jarunkova a maior prova de amor, e a senhora disse que sim, mas mal o senhor Jarunka tirou o pénis para fora, para passar ao acto, segundo o tratado do senhor Baptista, ao acasalamento, aliás, ao acto sexual, a senhora Jarunkova assustou-se com aquele pénis pintado de roxo, correu a ralhar com o chefe da estação, por causa das porcarias que se faziam aí durante as horas de serviço, e como invadiu o escritório logo de manhãzinha apanhou o chefe da estação, careca, a pentear uma peruca que tinha na mesa sobre uma cabeça artificial, antes do serviço; a senhora Jarunkova teve de pegar no sabonete e lavar o pénis do senhor Jarunka no tanque, mas a tinta não saía, então pegou no desoxidante que tinha para a limpeza das retretes, mas o senhor Jarunka pôs-se a berrar e correu, com o pénis de fora, através da aldeia até à estação e de volta; as pessoas assustavam-se, primeiro, porque estava de uniforme, segundo porque tinha o pénis roxo e depois, porque berrava muito...

*in A terra onde o tempo parou - Bohumil Hrabal, edições Afrontamento.

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