Foto: Cláudia Miranda
Avistam-se ao longe as luzes da cidade
Afogadas em sombras e neblinas
E dentro de ti a ansiedade
É a mais pequena das tuas sinas
Sobre as nuvens há campos de cerejeiras
Bebendo o sol que te corre nas veias
Frutos rubros sorvem-te a alma,
Acesos em desejos e despidos de toda a calma…
Os prédios respiram embalados pelos sonhos
De todas as criaturas que os habitam
Mas todos eles são ilusão, todos gravitam
Entre a noite e a ausência de chão
Um dia – acreditas – as noites darão lugar aos dias
E os prédios deixarão de gritar a aflição
(de todas as almas…)
O silêncio será então a melhor das melodias,
E as cerejeiras harpas tocadas pelo luar…
Emílio Miranda
*O Clube de Leitores quer deixar um agradecimento especial ao Emílio Miranda por ter colaborado esta semana connosco. Acreditamos que demos a conhecer o seu trabalho e também ajudamos a divulgar o nosso projecto. Uma palavra especial para a Cláudia Miranda: que tão bem soube acompanhar os poemas do escritor com as suas fotos. Até sempre!
Simplesmente, Amo!
ResponderEliminarMuito lindo! (D+)
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