sábado, 5 de janeiro de 2013

Cronicando pela Ásia... Finalmente em Angkor Wat!

Angkor Wat,
19 de Abril 2009

Começa o dia. Sei que vou ver uma das mais fascinantes civilizações que já existiu. Chegou a ter um milhão de pessoas e estende-se em templos e outras construções por vários quilómetros.

Na noite anterior tínhamos acordado um preço com um Tuk-tuk driver: 4 dólares a cada. Um dia bastou para ver o grosso daquele encanto. Mas há bilhetes para mais dias. Simplesmente achei que me cansaria se a aventura se prolongasse mais do que o necessário. E tinha avião marcado para Kuala Lumpur logo a seguir...

O bilhete de ingresso custou 20 dólares. Tive direito a um cartão individual com fotografia. O senhor do Tuk-tuk esteve connosco o dia todo e levou-nos a tudo o que era sítio de destaque.


Assim principiou um dos dias mais excitantes da minha vida. Mal pus os pés no chão junto ao primeiro templo, fui bombardeado por imensas crianças. Queriam vender tudo o que traziam. Ficou a promessa para, no final do dia, levar qualquer coisa. Decoraram o meu nome. Parecia que nos estavam a tirar uma foto para, no fim da expedição, não nos deixarem ir embora sem levarmos o que tinham para vender. E assim foi. No regresso tinha mais do que uma criança a gritar pelo meu nome!


Angkor Wat tem um enorme poder místico... Imaginem templos no meio da selva. E o cenário em seu redor: macacos na estrada, árvores do tamanho de edifícios, os ruídos sonoros das cigarras. Um calor abrasador que cola as roupas ao corpo... Muita gente a rezar, vários monges e estrangeiros curiosos por todo o lado! Num cenário ideal para um filme de aventuras. Muito complicado passar-vos toda a adrenalina...

O primeiro Templo é a imagem de marca dos postais, o símbolo de um país: aparece no centro da bandeira do Cambodja. À medida que avançava pelo passadiço central - que atravessa um enorme lago - sentia a experiência de estar a viver algo único. Estou a entrar nos segredos de uma civilização que viveu entre o século VIII e XIII. E que teve um milhão de habitantes, sendo arrasada pelos vizinhos chineses - que cortaram cabeças de estátuas dos deuses e pilharam muita da sua riqueza.


Um guia improvisado - a quem dei uns dólares no fim - explicou-me que aquele corredor era por onde passava o Rei e a Rainha. Rainha essa que não é mais do que a eleita entre as muitas amantes do Rei - mais tarde veria a piscina onde as concubinas tomavam banho (pelo tamanho da mesma, deu para imaginar muita companhia ao soberano).

O interior dos templos mostra-nos imensas galerias. Algumas com enormes estátuas de Buda. Outras com figuras mais pequenas (com ou sem cabeça) e invariavelmente uma ou mais pessoas a rezar. Vi um antigo tanque para banhos, subi umas escadas íngremes e observei mais um local de culto.

Os meus olhos vêem Historia e o meu nariz respira-a.


Neste momento estou dentro de uma gruta. Um monge Budista dá-me para a mão um punhado de incenso. Diz para eu rezar com ele, inclinar a cabeça para a frente e pedir a Buda fortuna, sorte e amor. Depois aponta-me para a caixa da esmola e diz: dois dólares!

Digam-me se acham caro!?

Rodrigo Ferrão

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