quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Afinal os livros também contribuem para a economia


Infelizmente ainda vivemos num país onde a cultura, nas suas mais diversas formas, continua a ser vista como mais uma despesa e quase uma futilidade ou extravagância para alguns. Mesmo sem números não posso concordar com esta ideia que se tenta fazer do que é a dita produção cultural e do seu contributo que não pode ser só medido em euros ou em entradas e saídas de dinheiro como se fosse produto da mercearia.

Mesmo assim até aqui os números nos ajudam, vejam lá.

Os livros, as obras de arte e antiguidades foram os bens culturais mais exportados em 2011, ascendendo a um valor global de 64,7 milhões de euros, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com os dados do comércio internacional sobre os quais o INE se baseou, em 2011 os "livros, brochuras e impressos semelhantes" foram os bens com maior valor das saídas do país, ascendendo a 44,1 milhões de euros. Os "objectos de arte, de colecção ou antiguidades" registaram exportações no valor de 9,4 milhões de euros, indica ainda o INE.

Os principais países de destino dos livros continuaram a ser os Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP), com 55,3%, a União Europeia, com 30,4%, e o Brasil, com 8,6%, que em conjunto concentraram 94,4% das exportações.

De acordo com o INE, a balança comercial dos bens culturais mantém-se negativa, com -110,2 milhões de euros, mas verificou-se uma melhoria do saldo com um decréscimo de 32% em relação ao ano anterior. O valor das importações de bens culturais no ano passado ultrapassou 174,9 milhões de euros, correspondendo a menos 21,4% do que em 2010.

Nas importações, os "jornais e publicações periódicas" e os "livros, brochuras e impressos semelhantes" representaram cerca de 79,2 milhões de euros e 49,9 milhões de euros, respectivamente.

Ainda nos bens culturais importados surgem, por valor decrescente, "instrumentos musicais, suas partes e acessórios" (11%), os "CD e os discos compactos" (5,5%), os "DVD" (6,3%), e os "objectos de arte, de colecção e antiguidades" (3,5%). Os principais países de origem dos "jornais e publicações periódicas" e dos "livros, brochuras e impressos semelhantes" foram os países da União Europeia (97%).


Fonte: LUSA

2 comentários:

  1. Obrigada por este post tão elucidativo Pedro Ferreira. Na minha opinião ainda há muito a fazer para que haja uma verdadeira revolução cultural que responsabilize a sociedade em que vivemos.

    Cumprimentos,
    Jovita Capitão.

    http://rainhadasinsonias.blogspot.pt/
    Este é o meu blogue,convido-o a visita-lo.

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  2. Olá,
    Dificilmente conseguiremos exportar mais do importar no que a livros diz respeito. Somos um país demasiado pequeno para isso.
    Mas não acho que a cultura seja vista como uma extravagância para muitos. No entanto é uma despesa real e uma das que é possível diminuir sem que deixemos de nos cultivarmos.
    Por mim falo: cada vez mais compro menos livros, faço um esforço real para que isso aconteça. Tento ler os livros que tenho por ler, leio livros emprestados e ir à biblioteca é algo de não me faz qualquer confusão. E cada vez mais tenho vontade de comprar livros lá fora. Por cá os livros são demasiado caros: quer os portugueses, quer os que precisam de tradução. E as reedições cada vez mais caras tiram-me do sério.
    Mas acho que há cada vez mais gente a ler e acho que esse número de pessoas ainda vai aumentar mais.
    Boas leituras

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