NO ÚLTIMO SÁBADO DE SETEMBRO DE 1940, aluguei uma carroça puxada por um
cavalo, com o respectivo cocheiro e dois homens pagos aos dia para me fazerem a
mudança do meu andar junto ao rio para o apartamento de um quarto da minha
sobrinha, situado no velho bairro judeu da cidade. Decidira sair de casa antes
da criação oficial de um gueto, porque já nos fora proibido circular em grande
parte de Varsóvia, e não precisava de uma bola de cristal para saber o que
viria a seguir. Queria ser eu a estabelecer as condições do meu exílio – e poder
escolher quem havia de ir para o meu andar. Já se tinham mudado para lá a filha
de um cristão vizinho meu, estudante universitária, e o marido dela, advogado.
* Tradução de
Daniela Carvalhal Garcia
Gostei muito deste livro
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