Começa assim o livro Anna Karénina de Tolstói (que recordo aqui num post da Raquel Serejo Martins): «Todas as famílias felizes se parecem umas com as outras, cada família infeliz é infeliz à sua maneira.»
(edição Relógio D'Água)
Excerto:
«Embora seja uma das maiores histórias de amor da literatura mundial, Anna Karénina não é apenas um romance de aventura. Verdadeiramente interessado por temas morais, Tolstoi era um eterno preocupado com questões que são importantes para a humanidade em todas as épocas. Bom, há uma questão moral em Anna Karénina, embora não aquela que o leitor habitual possa crer que seja. Esta moral não é certamente o ter cometido adultério, Anna pagou por isso (num sentido vago pode dizer-se que é esta a moral do final de Madame Bovary). Não é isto, seguramente, por razões óbvias: se Anna ficasse com Karenin e escondesse do mundo o seu affair, não pagaria por isso primeiro com a felicidade e depois com a própria vida. Anna não foi castigada pelo seu pecado (podia muito bem ter-se safado deste) nem por violar as convenções da sociedade, muito temporais como aliás são todas as convenções e sem ter nada a ver com as eternas exigências da moralidade. Qual era então a «mensagem» moral que Tolstoi queria passar neste romance? Entendemo-la melhor se olharmos o resto do livro e compararmos a história de Lévin e Kiti com a de Vronski e Anna. O casamento de Lévin é baseado num conceito metafísico, não apenas físico, do amor, na boa-vontade e no sacrifício, no respeito mútuo. A aliança Anna-Vronski é fundada apenas no amor carnal e é aqui que reside a sua ruína.»
«Também conhecido como Léon Tolstoi ou Lev Nikoláievich Tolstoi (9 de setembro de 1828 - 20 de novembro de 1910) foi um escritor russo muito influente na literatura e política do seu país.
Junto a Fiódor Dostoievski, Tolstoi foi um dos grandes da literatura russa do século XIX. As suas obras mais famosas são Guerra e Paz e Anna Karénina.
*Do Posfácio, de Vladimir Nabokov
Opinião:
"A personagem de Anna extrapola as páginas e é, ainda hoje, uma espécie de heroína de personalidade nobre cujo destino foi sempre condenado: casou com um homem que não amava e que lhe foi imposto por terceiros e conformou-se com a ideia até ao dia em que foi arrebatada por uma paixão incontrolável. Não conseguindo manter o seu romance escondido por muito tempo, Karénina definha por dentro e por fora, arrastando-nos com ela."
*Teresa d’Ornellas
Filme:
Dirigido por Joe Wright, conta com Keira Knightley, Jude Law, Aaron Johnson, Kelly Macdonald nos principais papéis.
Opinião:
"A personagem de Anna extrapola as páginas e é, ainda hoje, uma espécie de heroína de personalidade nobre cujo destino foi sempre condenado: casou com um homem que não amava e que lhe foi imposto por terceiros e conformou-se com a ideia até ao dia em que foi arrebatada por uma paixão incontrolável. Não conseguindo manter o seu romance escondido por muito tempo, Karénina definha por dentro e por fora, arrastando-nos com ela."
*Teresa d’Ornellas
Filme:
Tolstoi em vida:
Junto a Fiódor Dostoievski, Tolstoi foi um dos grandes da literatura russa do século XIX. As suas obras mais famosas são Guerra e Paz e Anna Karénina.
Tolstoi serviu no exército durante as guerras do Cáucaso e durante a Guerra da Crimeia como tenente. Esta experiência converteu-o num pacifista.
Anna Karenina (1867) conta as histórias paralelas de uma mulher presa nas convenções sociais e um proprietário de terras filósofo (reflexo do próprio Tolstoi), que tenta melhorar as vidas dos seus servos.
Guerra e Paz é uma monumental obra, onde Tolstoi descreve dezenas de diferentes personagens durante a invasão napoleónica de 1812, na qual os russos pegaram fogo a Moscovo.
Nos seus últimos anos depois de várias crises espirituais converteu-se numa pessoa profundamente religiosa, criticando as instituições eclesiásticas em Ressurreição, o que provocou a sua excomunhão.»
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