Eu entendia o ódio com que oi guarda da alfândega me olhava. Era um
oficial de farda nova e completa, botas engraxadas, patentes brilhantes, talvez
sessenta anos, talvez pai de alguém da minha idade. O compartimento tinha
quatro lugares. A minha mala estava sobre a cama de cima, à esquerda. Eu estava
à espera no corredor do comboio, entre toda a gente que também esperava. Quando
chegou a minha vez entrei. Ele estava de pé, a segurar o meu passaporte aberto
à sua frente, como se me comparasse com a fotografia mas sem olhar para ela,
apenas a fixar-me, severo, de ferro.
* O livro de
estreia do autor na literatura de viagens – Uma Viagem à Coreia do Norte, ao
país mais fechado do mundo.
Promete!!! Vai ser uma boa prenda de Natal...para mim própria!!
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