terça-feira, 27 de novembro de 2012

Quase um livro que deu filme... o Não que deu filme



Apesar da boa recepção por parte da crítica internacional, especialmente na última edição do Festival de Cannes, e do bom público na primeira semana, o filme “NÃO”, do realizador Pablo Larraín, provocou controvérsias nos meios intelectual e político chilenos. O filme tem provocado algumas reacções indignadas, e não precisamente dos defensores do Pinochet. Algumas das críticas mais ferozes vieram de figuras ligadas à defesa da volta para a democracia que estiveram naquela campanha.

O foco da controvérsia gira em torno do tamanho da importância que a televisão teve na campanha para a queda do ditador. A polémica começou nas redes sociais, quando o escritor Pedro Lemebel travou um ríspido debate via twitter com Pedro Peirano, um dos argumentistas do filme, e criticou a versão que o filme apresenta sobre aquele momento histórico do país. Para Lemebel, “a impressão que se tem é a de que a derrota de Pinochet só foi possível por causa da campanha na televisão. Os movimentos sociais, que foram muito mais decisivos, são mostrados como imbecis ideológicos incapazes de entender como se derruba um ditador”.

Peirano, por sua vez, argumentou que o filme não ignorou a mobilização social, embora tenha dado prioridade à campanha, já que o personagem principal é um publicitário, interpretado pelo actor mexicano Gael García Bernal, responsável pelos os anúncios de televisão para a oposição no plebiscito, bem como boa parte da campanha.

Seguindo os acontecimentos reais e também a linha de argumento do Antonio Skármeta em "Os Dias do Arco-Íris", não há muito mais a acrescentar sobre a história deste filme a não ser aconselhar o seu visionamento para completar a leitura deste mês no blogue.




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