Não! A Ana também vai construindo os seus poemas. E muitos deles oferece a este espaço. Tantos outros são só dela e de quem os descobre. Como eu faço, sempre que algum pedaço é por ela deixado...
Fica apenas uma amostra, em forma de convite. Acho que vão gostar desta viagem. Parabéns por mais um ano, Ana!
Dizes vento, digo moinhos, ou três mastros,
velas bojudas, a cortar mar
em direcção a algo novo e excitante.
Dizes não, digo sim, porque não?
Digo arrisca, digo petisca, digo há-de correr bem,
digo tem tudo para dar certo,
digo deixa de olhar o reflexo da lua na lama.
E um dia calo-me.
Desisto de tentar contagiar-te.»
Quem dera em meus braços
corpo e designação,
sorriso e respiração.
Acordei com o teu nome entre os lábios.
E desejei por instantes
a magia das palavras,
invocação.»
«Quero dormir e não posso.
Rasga-se-me a alma no teu silêncio
quando quero ser veia
em ti
a que pulsa mais intensamente
no teu peito.
Não esperes de mim loucura
ou desvario
o rasgo ou gesto
que te desencadeie a coragem
que ainda não tiveste.
Um dia
chorarás a escolha
que não fazes
quando nem o silêncio
me torna
menos tua.»
«Tenho saudades
de mim
mas não me encontro
Cruzo-me com o que resta
cá dentro
e tenho a certeza
de que não pertenço
Pergunto por mim
aqui e ali
ninguém se recorda
de ouvir os meus passos
Passo pela minha própria vida
invisível
Se desaparecer quem vai procurar
Se me evaporar quem vai dar pela falta»
*Todos os poemas são da autoria de Ana Almeida e podem ser encontrados no seu blog: http://analmeidices.blogspot.pt/
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