quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Poema à noitinha... Emily Dickinson

*O Êxito Parece a Mais Doce das Coisas

«O êxito parece a mais doce das coisas
A quem nunca venceu na vida.
Ter a compreensão de um néctar
Exige a mais dolorosa necessidade.

De entre o purpúreo Exército
Que hoje empunhou a Bandeira
Nenhum outro poderá dar uma tão clara
Definição da Vitória

Como o vencido - agonizante -
Em cujo ouvido interdito
A distante ária triunfal
Ressoa nítida e pungente!»

*In «Poemas e Cartas, Antologia para um recital», da Cotovia. 


«Emily Dickinson (1830-1886), ignorada no seu tempo e até às primeiras décadas do nosso século, é hoje reconhecida como um dos maiores vultos da literatura norte-americana. Uma vida de isolamento literário, marcada pela exclusão gradual do seu círculo de amigos e por uma existência retirada num mundo muito próprio, restringe a fragmentos os seus dados biográficos. Uma escrita enigmática, assente em construções elípticas e num sentido a descobrir, próximo do aforismo, caracterizam o seu universo poético. A confluência da sua vida e obra cativa-nos pelo paradoxo, e é na busca da revelação que radicam o prazer da leitura e o interesse do estudo da poesia dickinsoniana».

Cecília Rego Pinheiro, in «Phala», nº57

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