Os nossos
encontros eram sempre demorados para o esperado. Ele dizia-me sempre que estava
bonita e que me parecia com a minha mãe.
E depois
falava, falava e falava.
A última vez,
depois de ter comprado 200 cafés, disse-me que queria e precisava ir viver
sozinho. Sem gatos e sem ninguém.
- Preciso de
tempo, para mim, para as minhas coisas. Preciso estar sozinho, para escrever.
Depois
confessou-me que ia comer um prego (ou bitoque, para que se entenda) ali ao
lado.
Nunca mais o
vi. Só o espaço vazio das suas crónicas. E os livro que guardo e releio.
Não tenho paciência,
nem tempo que baste
(nem espaço, deixaste-me
pouco espaço para tanta existência)
(in Cuidados Intensivos)
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