terça-feira, 9 de outubro de 2012

Porquê «Gabriela, Cravo e Canela» em Outubro?


Alguns poderão achar que a escolha que faço para leitura conjunta do blog tenta aproveitar o sucesso da nova novela que passa na televisão. Mas não é esse o real motivo. A lógica principal de lermos «Gabriela, Cravo e Canela» é celebrarmos, em 2012, o centésimo aniversário do nascimento do escritor baiano Jorge Amado.

Como tal, acho que chegou o momento ideal para abrirmos o livro da vida do autor. E deliciarmo-nos com esta história. Acho que lhe prestamos uma grande homenagem, explorando um dos livros mais famosos do seu vasto currículo e, ao mesmo tempo, conhecendo as várias interpretações que foram feitas do mesmo.

A personagem Gabriela veio ao mundo em 1958. Esta é a mais popular e traduzida história de Jorge Amado. Em 1999, já contava com 80 edições só no Brasil. Ganhou 5 prémios literários (todos no país do escritor) logo em 1959. Foi adaptado para 3 telenovelas, ao cinema, dança e banda desenhada.

Quanto à história, dispensa grandes apresentações. Deixo convosco apenas a sinopse da edição portuguesa reeditada este ano pela Dom Quixote:

«Gabriela, a mulata com a cor da canela e o cheiro do cravo, ficará na literatura como uma formosa figura de mulher, simples e espontânea, acima do Bem e do Mal. Com o seu inigualável lirismo e inspiração poética, Jorge Amado cria personagens inesquecíveis, e o comovente romance de amor do árabe Nacib e da mulata Gabriela coloca-os, sem dúvida, na galeria dos amantes da História da Literatura. Mas "Gabriela, Cravo e Canela" é mais do que a história de amor do árabe Nacib e da sertaneja Gabriela. É a crónica de uma pequena cidade baiana, Ilhéus, quando passava por bruscas transformações, por volta do ano de 1925. A riqueza trazida pelo cacau possibilitara o desenvolvimento urbanístico e o progresso económico, transformando profundamente a fisionomia da cidade. Pouco evoluíam, no entanto, os costumes dos habitantes, imperando, naquele cenário de violência, a lei dos mais fortes - os fazendeiros - que tendo a seu trabalho os jagunços, impunham o domínio do ódio e do terror. Sensual e inocente, sábia e pueril, a cozinheira Gabriela conquista não apenas o coração de Nacib e de uma porção de ilheenses, mas também o de leitores de vários países e gerações. Levada para a televisão, a sua história transformou-se numa das telenovelas brasileiras de maior sucesso pelo mundo fora. No cinema, o papel de Nacib é vivido por Marcello Mastroianni, e o de Gabriela por Sônia Braga, como já acontecera na novela.»

Estou certo que muita gente vai querer embarcar nesta viagem. Serve para todos os que acompanham a nova novela ou os que conheceram a primeira (de 1975). É também um convite aos que ainda não conhecem o estilo de escrita cativante de Jorge Amado. E da sua vida cheia e extraordinário percurso.

Fiquem connosco. A viagem começou!

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