Continuamos cheios de saudades.
Sem muitas mais palavras para te elogiar, resta-nos a poesia. Hoje fui pescar este belíssimo «Aos Filhos». E deixo-me encantar com a sensibilidade que tão bem sabias pôr em tudo o que escrevias.
Aos Filhos
«Já nada nos pertence,
nem a nossa miséria.
O que vos deixaremos
a vós o roubaremos.
Toda a vida estivemos
sentados sobre a morte,
sobre a nossa própria morte!
Agora como morreremos?
Estes são tempos de
que não ficará memória,
alguma glória teríamos
fôssemos ao menos infames.
Comprámos e não pagámos,
faltámos a encontros:
nem sequer quando errámos
fizemos grande coisa!»
nem a nossa miséria.
O que vos deixaremos
a vós o roubaremos.
Toda a vida estivemos
sentados sobre a morte,
sobre a nossa própria morte!
Agora como morreremos?
Estes são tempos de
que não ficará memória,
alguma glória teríamos
fôssemos ao menos infames.
Comprámos e não pagámos,
faltámos a encontros:
nem sequer quando errámos
fizemos grande coisa!»
Deveras lindo!
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