sábado, 20 de outubro de 2012

Das Utopias, no início não era um verbo



Nos dias que correm é um assunto que faz cada fez mais sentido. Pela situação politica do país e do mundo. Pelos desafios que se colocam às várias gerações. Porque só compreendo a vida com debate de ideias e com confrontos quotidianos para a realização pessoal e colectiva, fica aqui mais uma espécie de sub-tema para o blogue. Não quero que se torne uma categoria até porque não sei se voltarei a escrever desta forma sobre este assunto e não sei se alguém o quererá fazer.

Para além de muitos dos meus livros favoritos se enquadrarem nesta temática também na parte do cinema muitos são os que poderia encaixar nesta gaveta. Um assunto que sempre me despertou curiosidade e sobre o qual fui descobrindo algumas coisas.

Utopia tem como significado mais comum a ideia de civilização ideal, imaginária, fantástica. Pode referir-se a uma cidade ou a um mundo, sendo possível tanto no futuro, quanto no presente, porém num paralelo.

A Utopia como a conhecemos hoje, é um termo "inventado" por Thomas More que serviu de título a uma das suas obras escritas em latim por volta de 1516. Segundo a versão de vários historiadores, More fascinou-se pelas narrações extraordinárias de Américo Vespucio sobre a recém avistada ilha de Fernando de Noronha, em 1503. More decidiu então escrever sobre um lugar novo e puro onde existiria uma sociedade perfeita.



"A Utopia" de More é uma ilha afastada do continente europeu, Rafael Hitlodeu não diz com convicção em que oceano ela fica, apenas diz que foi parar lá depois de embarcar numa das viagens de Américo Vespúcio, e voltou depois. A Ilha da Utopia, como já diz o expressão criada por More, abarca a sociedade ideal, inatingível, que traduz um estado de bem estar dos seres humanos. O livro, dá significado para o termo usado como título, fazendo certo tom irónico ao descrever a ilha. A capital, Amaurotum que significa “cidade do sonho”, é banhada pelo rio Anidro, rio sem água, seus cidadãos são alopolitas “cidadãos sem cidades”, governados pelo príncipe Ademos “aquele que não tem povo”, e os seus vizinhos são os Achorianos “homens sem país”.

A admiração de Thomas More por Platão certamente fez ter uma certa inspiração para "A Utopia" da "República". Assim como na "República" o livro se passa na forma de um diálogo, na "Utopia" More trabalha com a mesma questão. More trabalha com questões exactas de dimensão citando que a ilha é mais larga no meio, onde mede trezentos e vinte quilómetros, segundo More todo o interior da ilha pode ser usado como porto, dessa maneira os barcos fluem sem nenhuma dificuldade.

More relata a sociedade perfeita, numa visão mais próxima disso, assim como Campanella e o próprio Platão, todos temos a sociedade perfeita que queríamos ao menos que se efectivasse de forma a dar segurança, liberdade, respeito, que pudesse protelar por um futuro mais justo e de qualidades identificáveis com os desejos dos cidadãos.

O porquê desta súbita ideia?
O Câmara Clara, na RTP2, de 14 de Outubro, com a investigadora Fátima Vieira, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

O programa pode ser visto a partir deste link CÂMARA CLARA de 14 Out 2012 - RTP Play - RTP

1 comentário:

  1. Bom começo, espero que venham mais destes. É um assunto na literatura que vale bem a pena falar e discutir.

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