quinta-feira, 4 de outubro de 2012

1º Parágrafo: Parker Pyne Investiga


Uns quantos grunhidos, uma voz indignada perguntando porque razão não o deixavam em paz, Mr. Packington bateu com a porta e saiu para apanhar o comboio das 08.45 para a City. Mrs. Packington sentou-se à mesa do pequeno almoço. As suas faces estavam ruborizadas, os lábios contraídos. Não chorava apenas porque, subitamente, a mágoa tinha dado lugar à raiva. – Não vou consentir – disse Mrs. Packington. – Não vou consentir. – Manteve-se durante alguns instantes a cismar e, de seguida, murmurou: - A serigaita! Que desavergonhada! A manhosa! Como pode o George ser tão imbecil!

* Tradução Hugo Santos
* Revisão da tradução Carolina Vasconcelos

1 comentário:

  1. António Tété Pereira5 de outubro de 2012 às 10:22

    Não conheço o livro de Agatha Christie, a que se reporta o transcrito 1º parágrafo; nem, sequer, sabia, que ela tinha criado a personagem Parker Pyne;gosto do seu Hercule Poirot ou da sua Miss Marple; se a Raquel me permite, contraponho o 1º parágrafo da obra: "Poirot, o golfe e o crime".É assim:"Julgo haver uma anedota famosa segundo a qual um jovem escritor, decidido a iniciar a sua história de uma maneira suficientemente enérgica e original para atrair e prender a atênção do mais blasé dos editores, escreveu a seguinte frase: "diabo-exclamou a duquesa".

    Agatha Christie é uma autodidacta (a sua educação escolar não foi além de dois anos de estudo de piano e canto); contudo, sem seguir pela via "dedutiva" do seu, e meu, fã da literatura policial "Sherlock Holmes", deixou-nos um património cultural enorme, ao nível da ficção, do racicínio e do conhecimento da psicologia do comportamento (cfr. capa e contracapa dos livros da colecção vampiro gigante da Ed.Livros do Brasil-Lisboa

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