sexta-feira, 5 de outubro de 2012

1º Parágrafo: Eugénie Grandet


Em certas cidades da província encontram-se casas inspirando à vista uma melancolia igual à que produzem os claustros mais escuros, as charnecas mais sombrias e as mais tristes ruínas. Há, talvez, nessas casas o silêncio do claustro, a aridez das charnecas e as ossadas das ruínas: e nelas é tal a tranquilidade da vida e do movimento, que um estranho as julgaria desabitadas se não encontrasse de súbito o olhar pálido e frio de uma pessoa imóvel, cuja figura monástica se debruça da sacada, ao ruído de passos desconhecidos. Tais sintomas de tristeza notavam-se na fisionomia de uma habitação situada em Saumur, ao fim da rua acidentada que conduz ao castelo, pela parte superior da cidade.


* Tradução revista por João Grave

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