Em certas cidades da província encontram-se casas inspirando à vista uma
melancolia igual à que produzem os claustros mais escuros, as charnecas mais
sombrias e as mais tristes ruínas. Há, talvez, nessas casas o silêncio do
claustro, a aridez das charnecas e as ossadas das ruínas: e nelas é tal a
tranquilidade da vida e do movimento, que um estranho as julgaria desabitadas
se não encontrasse de súbito o olhar pálido e frio de uma pessoa imóvel, cuja
figura monástica se debruça da sacada, ao ruído de passos desconhecidos. Tais
sintomas de tristeza notavam-se na fisionomia de uma habitação situada em Saumur,
ao fim da rua acidentada que conduz ao castelo, pela parte superior da cidade.
* Tradução
revista por João Grave
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