segunda-feira, 15 de outubro de 2012

1º Parágrafo: As Cidades Invisíveis


Partindo dali e andando três dias para levante, o homem encontra-se em Diomira, cidade com sessenta cúpulas de prata, estátuas de bronze de todos os deuses, ruas pavimentadas a estanho, um teatro de cristal e um galo de ouro que canta no alto de uma torre todas as manhãs. Todas estas belezas o viajante já as conhece por tê-las visto também noutras cidades. Mas a propriedade desta é que quem lá chegar numa noite de setembro, quando os dias já diminuem e as lâmpadas multicolores se acendem todas ao mesmo tempo por cima das portas das lojas de peixe frito, e de um terraço uma voz de mulher grita: uh!, lhe apetece invejar os que os que agora pensam que já viveram uma noite igual a esta e que então foram felizes.


* Tradução de José Colaço Barreiro
* Revisão de Miguel Martins Rodrigues

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