Partindo dali e andando três dias para levante, o homem encontra-se em
Diomira, cidade com sessenta cúpulas de prata, estátuas de bronze de todos os
deuses, ruas pavimentadas a estanho, um teatro de cristal e um galo de ouro que
canta no alto de uma torre todas as manhãs. Todas estas belezas o viajante já
as conhece por tê-las visto também noutras cidades. Mas a propriedade desta é
que quem lá chegar numa noite de setembro, quando os dias já diminuem e as
lâmpadas multicolores se acendem todas ao mesmo tempo por cima das portas das
lojas de peixe frito, e de um terraço uma voz de mulher grita: uh!, lhe apetece
invejar os que os que agora pensam que já viveram uma noite igual a esta e que
então foram felizes.
* Tradução de
José Colaço Barreiro
* Revisão de
Miguel Martins Rodrigues
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