quarta-feira, 26 de setembro de 2012

In O Homem que Gostava de Cães


Dar até que doa, e não fazer política nem pretender prerrogativas com essa acção, e muito menos praticar a enganosa filosofia de obrigar os outros a aceitar os nossos conceitos do bem e da verdade por (acreditarmos) serem os únicos possíveis e por, além disso, deverem estar-nos agradecidos pelo que lhes demos, mesmo que não o tivessem pedido. E embora soubesse que a minha cosmogonia era de todo impraticável (e que diacho fazemos com a economia, com o dinheiro, com a propriedade, para que tudo isto funcione? E que merda fazemos com os espíritos predestinados e com os filhos da puta de nascença?), satisfazia-me pensar que talvez um dia o ser humano pudesse cultivar esta filosofia, que me parecia tão elementar, sem sofrer as dores de um parto ou os traumas da obrigatoriedade, por pura e livre escolha, por necessidade ética de serem solidários e democráticos. Masturbações mentais minhas…




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