sexta-feira, 31 de agosto de 2012

a-ver-livros: o belo e o grotesco em Ray Caesar

Não sei se é o gafanhoto, as formigas enormes, as moscas que pairam,
ou se é o rosto singelo e perfeito
ou se será mesmo o tom inesperadamente romântico das rosas
em contraste com o céu de cinza

Há qualquer coisa de fascinante e grotesco neste quadro digital de Ray Caesar que me prende e me angustia, algo que me fez ir saber mais. Como num livro que não se consegue parar de ler, mesmo temendo que, ao virar da página, sejamos engolidos pelo nosso próprio medo.

 

"Ele passa os dias imerso no seu próprio casulo a criar figuras mirabolantes e esse é o seu antídoto para caminhar no mundo em que vivemos, transportando para o mundo real um imaginário de doces e estranhas criaturas", dizem dele no Umbigo Magazine, numa entrevista que é preciso ler para entender algo mais do que nos entra olhos dentro.

"Nasci em Londres, Inglaterra, a 26 de Outubro de 1958, o mais novo de quatro e, para grande surpresa dos meus pais, nasci cão. [...] Vivo numa casa com fachada de tijolo com a minha maravilhosa mulher, Jane, e um coyote chamado Bonnie. Gosto de comer abacate e, na verdade, não me importo de ser um cão." Assim se descreve o próprio num longo texto de apresentação digno de figurar em qualquer bom livro de contos. Vão ler também.

Aceitam a sugestão?


* para conhecer melhor o trabalho do surrealista digital britânico Ray Caesar, a viver no Canadá, é só seguir os links www.raycaesar.com ou  rusart.ca/history/caesar

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