segunda-feira, 27 de agosto de 2012

1º Parágrafo: A Última Dona


Sou testemunha de que antes de se atingir as praias e o caos, a poente dos cruzamentos que conduzem a Duas-Pias, deixando para trás a velha linha do telégrafo que ainda delimita a zona do sossego, A Casa do Leborão é um local da Terra e existe. Se não existisse aí não teria chegado o Engenheiro Geraldes ao cair duma noite de fim de Inverno, acompanhado por uma rapariga a quem chamavam Anita Starlet, para desfrutar com serenidade de cinco dias de bom lazer. E bem merecidos, já que sempre tinha sido um cultor da ciência e da técnica, um estudioso, e ultimamente um administrador de reputação assinalável, sem que jamais a desordem o tivesse visitado com sua vassoira de lenha. Mas algumas vez a fragrância da aventura haveria de lhe bater à porta e agora ali estava ela, imperiosa, levando-o para um local secreto, uma casa disfarçada, a que a sua recordação no futuro haveria de recorrer sempre que necessário, com seu passinho de aranha ou de serpente. “Meu Deus, como existia essa casa!” – Recordaria depois.



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