“Para se nascer de novo”, entoou Gibreel Farishta, caindo dos céus, “é
preciso primeiro morrer. Ho ji! Ho ji! Para se poisar na terra acolhedora, é
primeiro preciso voar. Tattaa! Takathum! Como tornar um dia a sorrir, sem se
chorar primeiro? Como conquistar o amor da mais querida, meu senhor, sem um
suspiro? Baba, se queres renascer...” Pouco antes da alvorada, numa manhã de
Inverno, por alturas do Ano Novo, dois homens adultos, vivos, de carne e osso,
caíram de uma grande altitude, vinte e nove mil e dois pés, em direcção ao
canal da Mancha, sem o auxílio de asas ou pára-quedas, atravessando um céu
límpido.
* Tradução de
Ana Luísa Faria e Miguel Serras Pereira
* Sir Ahmed Salman Rushdie,
nasceu em Bombaím, Índia, em 1947
* Estreou-se na
literatura em 1975 com o romance Grinus
* Porque o Aiatolá
Ruhollah Khomeini considerou este livro um “blasfémia contra o Islão”. Assim,
considerado ofensivo ao profeta Maomé, foi, a 14 de Fevereiro de 1989, foi
emitida uma fatwa, ordem de execução, momento a partir do qual
passou a viver na clandestinidade e sob medidas extremas de segurança.
* Foi condecorado em, 2007, como Cavaleiro Comandante
do Império Britânico.
“O mundo é incoerente, nunca te esqueças: gágá. Fantasmas, nazis, santos, todos a viverem ao mesmo tempo; acolá, a felicidade absoluta, e um bocado mais adiante, o inferno. É impossível imaginar um sítio mais disparatado”
ResponderEliminarJá vos aconteceu quererem ler um certo livro mas deixarem para mais tarde? E continuarem a adiar essa leitura ad aeternum? Pois bem, este foi um dos que sempre quis, mas adiei a sua leitura por... 23 anos!!!
E foi em boa altura que o li, pois achei que história muito boa, aliás, as várias histórias pelo que os personagens passam. Uma leitura por vezes difícil (frequentemente tive que ‘voltar atrás’), mas sempre recompensada pela excelente qualidade literária e por um sentido de humor inteligente.
Leitura obrigatória!
“Um homem que se invente a si próprio precisa de alguém que acredite nele, para lhe provar que foi bem sucedido”