Às primeiras horas de uma noite de Janeiro varrida pela neve, em 1991,
Jonathan Pine, o britânico director do turno da noite do Hotel Meister Palace
em Zurique, abandonou o seu gabinete por trás da recepção e, tomado por
sensações até então desconhecidas, ocupou o seu posto no lobby, num prelúdio das boas-vindas que em nome da casa havia de
oferecer a uma entrada tardia de notáveis. A Guerra do Golfo acabava de
rebentar. Ao longo do dia, notícias dos bombardeamentos Aliados, discretamente
redifundidas pelo pessoal tinham causado consternação na bolsa de valores de
Zurique. As reservas hoteleiras, baixas como por norma o eram em Janeiro,
tinham abatido em flecha para níveis críticos. Mais uma vez, na sua longa
história, a Suíça estava em estado de sítio.
* Tradução de
Sara Seruya
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