quarta-feira, 27 de junho de 2012

a-ver-livros: da Sibéria para o Brasil - Fabio Lyra


O cabeçalho aqui do blog foi outra cantiga. Nem meros cinco minutos, nem nada me saltou à vista e tudo me saltou à vista. Um porque adoro, o outro porque adoro. E mais aquele quadro porque adoro. Creio que gastei o stock mundial da palavra ‘adoro’ neste período. 

O que estava em causa, no entanto, era encontrar algo que permitisse uma adaptação. Encontrei-o numa ilustração livresca com sabor a Brasil, assinada por Fabio Lyra, 36 anos, carioca, ilustrador e quadrinhista, como se assume. “Faço ilustrações e quadrinhos bem legais (já até ganhei alguns prêmios por isso. YEAH!)”, escreve no site, com o seu bom humor. O que significa que tem no currículo dois prémios HQMIX, um deles o de artista revelação de 2007. 

O original do Fabio Lyra
É também o pai de “Menina Infinito”, personagem de banda desenhada, uma miúda chamada Mónica que  não tem super poderes, não faz magia nem veio de outro planeta. Apenas uma garota normal – e que, protagonista da novela gráfica lançada pela Mosh!, se transformou num êxito pelo selo Desiderata, da edi­to­ra Agir.
No geral, Fabio tra­ba­lha como ilus­tra­dor para várias publi­ca­ções, faz capas de livros, flyer de festas e encartes de CD. E anda pelo Facebook, onde nos encontrámos para uma pequena conversa que aqui transcrevo. 


“Menina Infinito foi o meu último lançamento solo. De lá para cá colaborei com um monte de outras publicações. O próximo da Menina Infinito já está pronto. Só falta a editora botar ele nas livrarias. Dessa vez vai sair pela editora Barba Negra, que é um selo da editora Leya (acredito que deva conhecer essa editora)”, explicou-me. “Vai ser uma colectânea do material que publiquei numa revista chamada Mosh! e mais umas 50 páginas de material inédito. Vai ser um livro bem gordinho. Espero que ainda saia esse ano.”

Enquanto sai e não sai, quis saber se tinha gostado da forma como tratei o seu original, sempre tentando não desvirtuá-lo. “Ah, ficou lindo. bem legal mesmo. Engraçado é que fiz essa ilustra para um outro clube de literatura aqui do Rio de Janeiro e agora ele ilustra um outro clube do outro lado do Atlântico...” Não há coincidência, Fabio, sabia? 


“Você lê muito – ou nem pega em livros que não sejam de banda desenhada?”, quis eu saber. “Leio. Dei uma diminuida no ritmo mas continuo lendo. Gosto de ler livros. A ideia é ficar inspirado com eles. Para quem faz quadrinho é importante ter referências de outras artes e mídias.”

“E autores portugueses, conheces?” Fabio Lyra confessa-se. “Ah, isso é uma das falhas do meu caráter. Não conheço nenhum. Literatura portuguesa ainda é um território a ser desbravado. Aceito recomendações. Por aqui, de Portugal só se fala em Saramago. Tem gente fazendo nova literatura por aí?”

Sugeri-lhe que acompanhe o blog – vai encontrar por aqui tanto mais do que Saramago. Mas gostava de lhe sugerir dois ou três volumes em concreto, para o iniciar na literatura portuguesa contemporânea. Querem ajudar-me e sugerir algo? Afinal, essa é também a função desta nossa partilha. 



Sem comentários:

Enviar um comentário