O cabeçalho aqui do blog foi outra cantiga. Nem meros cinco
minutos, nem nada me saltou à vista e tudo me saltou à vista. Um porque adoro,
o outro porque adoro. E mais aquele quadro porque adoro. Creio que gastei o
stock mundial da palavra ‘adoro’ neste período.
O que estava em causa, no entanto, era encontrar algo que
permitisse uma adaptação. Encontrei-o numa ilustração livresca com sabor a
Brasil, assinada por Fabio Lyra, 36 anos, carioca, ilustrador e quadrinhista,
como se assume. “Faço ilustrações e
quadrinhos bem legais (já até ganhei alguns prêmios por isso. YEAH!)”, escreve
no site, com o seu bom humor. O que significa que tem no currículo dois
prémios HQMIX, um deles o de artista revelação de 2007.
O original do Fabio Lyra |
É também o pai de “Menina Infinito”, personagem
de banda desenhada, uma miúda chamada Mónica que não tem super poderes, não faz magia nem veio
de outro planeta. Apenas uma garota normal – e que, protagonista da novela
gráfica lançada pela Mosh!, se transformou num êxito pelo selo Desiderata, da
editora Agir.
No geral, Fabio trabalha como ilustrador para várias publicações,
faz capas de livros, flyer de festas e encartes de CD. E anda pelo Facebook,
onde nos encontrámos para uma pequena conversa que aqui transcrevo.
Enquanto sai e não sai, quis saber se tinha gostado da forma como tratei o seu original, sempre tentando não desvirtuá-lo. “Ah, ficou lindo. bem legal mesmo. Engraçado é que fiz essa ilustra para um outro clube de literatura aqui do Rio de Janeiro e agora ele ilustra um outro clube do outro lado do Atlântico...” Não há coincidência, Fabio, sabia?
“Você lê muito – ou nem pega em livros que não sejam de banda desenhada?”, quis eu saber. “Leio. Dei uma diminuida no ritmo mas continuo lendo. Gosto de ler livros. A ideia é ficar inspirado com eles. Para quem faz quadrinho é importante ter referências de outras artes e mídias.”
“E autores portugueses, conheces?” Fabio Lyra confessa-se. “Ah, isso é uma das falhas do meu caráter. Não conheço nenhum. Literatura portuguesa ainda é um território a ser desbravado. Aceito recomendações. Por aqui, de Portugal só se fala em Saramago. Tem gente fazendo nova literatura por aí?”
Sugeri-lhe que acompanhe o blog – vai encontrar por aqui tanto mais do que Saramago. Mas gostava de lhe sugerir dois ou três volumes em concreto, para o iniciar na literatura portuguesa contemporânea. Querem ajudar-me e sugerir algo? Afinal, essa é também a função desta nossa partilha.
Sem comentários:
Enviar um comentário