sexta-feira, 8 de junho de 2012

A noticia real que queriamos que fosse ficção


Morreu o escritor Ray Bradbury, autor de "Fahrenheit 451", aos 91 anos nesta quarta-feira. Nascido em 1920 e de ascendência sueca, Bradbury viajou por muitas cidades dos Estados Unidos durante a sua infância por conta do trabalho do seu pai, que era técnico em instalação de linhas telefónicas. Em 1934, sua família fixou residência em Los Angeles.

Lançou "Dark Carnival", uma compilação de contos e seu primeiro trabalho, em 1947. Três anos mais tarde saiu o primeiro romance, "Crónicas Marcianas". A obra é sobre as tentativas humanas de colonizar Marte e as consequências dos esforços.

Bradbury também fez o argumento da versão cinematográfica de "Moby Dick" em 1956, além de ter colaborado escrevendo para o "The Twilight Zone" e outros programas televisivos, como "The Ray Bradbury Theater", para o qual adaptou vários de seus trabalhos.


A sua obra mais lembrada e mais marcante é o "Fahrenheit 451" (1953), escrita em plena Guerra Fria, aponta os males da censura e do controle do pensamento em um Estado totalitário. A história ficou famosa em todo o mundo após a adaptação para o cinema do cineasta François Truffaut em 1966.

O livro entrou de forma brilhante na tradição de grandes livros "distópicos" (em oposição aos "utópicos"), descrevendo sociedades nas quais um governo autoritário central oprime a totalidade ou parte dos seus cidadãos.

Um género ilustrado anteriormente por "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley, ou "1984", de George Orwell, mas que Ray Bradbury introduziu ao público em geral, e que continua a ser extremamente popular hoje, como evidenciado pelo sucesso do livro da série "Hunger Games", da americana Suzanne Collins, recentemente adaptado para o cinema.

"A grande diversão na minha vida foi levantar a cada manhã e correr para a máquina de escrever porque alguma nova ideia havia me ocorrido", declarou Bradbury em 2000. "A sensação que tenho a cada dia é, em grande medida, a mesma que quando tinha 12 anos", disse ao celebrar 80 anos. Com outra frase, definiu o género no qual mais se destacou. "Ficção científica é uma óptima maneira de fingir que você está falando do futuro quando na realidade está atacando o passado recente e o presente", comentou.


Escreveu e publicou quase 600 contos e 30 livros. Em Portugal está essencialmente publicado nas edições Livros do Brasil.


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