terça-feira, 5 de junho de 2012

Livro do Mês: Junho a sete cores


Eis-nos chegados a Junho, mês em que me cabe a responsabilidade da escolha de um livro a ser desbravado em conjunto. É o terceiro que lanço às feras. Para trás ficou uma Cana de Pesca para o meu Avô e uma Praça de Londres. Não foi nada simples o processo de escolha que culmina na obra que vos apresento hoje. Se por um lado quis manter a linha de um livro de contos, também quis que a língua originária de escrita fosse a portuguesa. Se numa mão pesou a facilidade do leitor encontrar o livro, na outra os pesos dobraram na ansiedade de dar a conhecer viagens singulares, espasmos vários, certezas de generosidade que não se compadecem com a posição certa e arrumada na estante da livraria. A Promessa é certa, encontrem ou não o livro, faremos deste espaço, ao longo deste mês, uma viagem de sentidos. Se inicialmente pensei na estrita esfera dos contos e no mágico que seria juntar Edgar Allan Poe com pitada de Pessoa, dissuadi a veleidade na constatação dura sobre o tempo e o nível de compromisso. Se tomada a decisão sobre a língua de origem fiz de Rubem Fonseca a hipótese aliciante, num mergulho pelo mundo dos contos percebi que este prémio da escrita merece que a pena se embale pela sua narrativa. Mas eu queria contos. Sentimento lusitano na sua criação. Expressão da língua portuguesa na arte das metáforas. Mas Contos. E lembrei-me d´ele. Claro. Como não? Obra belíssima, tão filosófica quanto simbólica. Incómoda. Desconhecida, provavelmente difícil de encontrar. E se conseguirmos, em conjunto, reinventar conceitos? Adequa-los? E se eu for partilhando passagens dos contos e até seja possível, mais do que eu penso que seja, chegar ao livro? E se me escreverem amanhã a dizer “ já o encontrei!”.  Seja como for esta é a minha escolha e quero, mesmo, que vos chegue a essência.
O autor é Pedro Maria D´Almeida.
O livro Os Contos do Arco da Velha Íris.

A sinopse: “Íris, a velha que acreditando no Arco contava contos. (…) de Eduarda Mónica, da rã Flôrbela, dos ovos da Berta e do Ambrósio, do Bernardo de Cristal, da savana de Gnus e Leoas, das cores das algas, do prateado e do dourado, do bege da cama, do azul pretendido, do rato lilás, do estrelado da estrela, da cor de um dedo, da púrpura da guitarra, das quatro estações, da verdura, do abraço, do cinzento e branco, do papo de rola, dos camarões rosados, do nada, e de uma Íris que tem as cores do ARCO-ÍRIS no bolo das suas oitenta velas.”


Um pequeno excerto do que nos espera:

” (…) aprendeu cedo que o bom jornalista é o que está no sítio certo no momento certo apontando o fumo do cigarro certo na direcção certa. Para tal demorou dezasseis anos a conseguir criar todos os momentos e até todos os sítios certos.”

Até breve!


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