Vim a Comala porque me disseram que cá vivia meu pai, um tal Pedro
Páramo. Disse-mo minha mãe, e eu prometi-lhe que viria vê-lo quando ela
morresse. Apertei-lhe as mãos em sinal de que o faria, pois ela estava a morrer
e eu estava disposto a prometer-lhe tudo. “Não deixes de o ir visitar – recomendou-me.
– Chama-se assim e assim. Tenho a certeza de que vai gostar de te conhecer.”
Então não tive outro remédio Senão dizer-lhe que o faria, e de tanto lho dizer,
continuei a repeti-lo mesmo depois de ter conseguido libertar as minhas mãos
das suas mãos mortas.
* Tradução de António José Massano
* Pedro Páramo é o único romance do escritor Juan Rulfo
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